Diâmetro Mínimo e Ciclo de Corte de Qualea paraensis Duke no Norte do Mato Grosso, Brasil

Autores

  • Ana Paula Zopeletto Massing Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
  • Dirceu Lúcio Carneido de Miranda Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
  • Gerson dos Santos Lisboa Universidade Federal de Goiás (UFG)
  • Luciano Cavalcante de Jesus França Instituto Federal de Minas Gerais
  • Thiago Floriani Stepka Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
  • Thamires Oliveira da Silva Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)
  • Tiago Monteiro Condé Universidade Estadual de Roraima (UERR)
  • Luciano Farinha Watzlawick Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO)

DOI:

https://doi.org/10.53660/CONJ-655-609

Palavras-chave:

Anéis de Crescimento, Cambará, Dendrocronologia, Manejo Florestal

Resumo

O manejo florestal é regulamentado pela Instrução Normativa n° 5 de 11/12/2006, a qual é estabelecida um Diâmetro Mínimo de Corte (DMC) de 50 cm e um Ciclo de Corte (CC) de 25 a 35 anos, para toda as espécies florestais, desconsiderando as variações do crescimento de cada espécie na floresta. Os objetivos desse estudo foi descrever o crescimento de Qualea paraensis, estimar o DMC e o CC da espécie. No município de Santa Carmem (MT), Brasil, foram coletadas 19 unidades amostrais (árvores) de forma destrutiva, as quais foram secas em temperatura ambiente e submetidas ao processo de polimento. Para cada árvore foi marcado e digitalizado dois raios e mensurado os anéis de crescimento. A partir disso, foram construídas as curvas de crescimento em função da idade para cada indivíduo amostrado. Para estimar o DMC e o CC utilizou-se a modelagem de crescimento com base em três funções não lineares: Gompertz, Ratowsky e Weibull. A idade média dos indivíduos foi de 68 anos e o diâmetro médio foi de 49 cm. Q. paraensis apresentou um alto incremento corrente anual médio de 0,70 cm.ano-1 (±0,11). A espécie leva em média 87 anos para atingir o incremento em volume. Estimou-se o DMC de aproximadamente 49 cm, e o CC de 17 anos. A legislação atual pode superestimar ou subestimar o ritmo de crescimento tornando o manejo florestal muitas vezes insustentável, contudo, estas práticas devem ser aliadas a estudos em longo prazo de dinâmica florestal.

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Publicado

2022-02-24

Como Citar

Massing, A. P. Z. ., Miranda, D. L. C. de ., Lisboa, G. dos S. ., França, L. C. de J., Stepka, T. F. ., Silva, T. O. da ., Condé, T. M., & Watzlawick, L. F. . (2022). Diâmetro Mínimo e Ciclo de Corte de Qualea paraensis Duke no Norte do Mato Grosso, Brasil. Conjecturas, 22(2), 204–218. https://doi.org/10.53660/CONJ-655-609

Edição

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Artigos