Resíduos dos polos cerâmicos paulistas: problema territorial e alternativa para a produção de matrizes cimentícias

Autores

  • Marco Antonio Campos Universidade Estadual de Campinas
  • Luciano Passos Universidade Estadual de Campinas
  • André Munhoz de Argollo Ferrão Universidade Estadual de Campinas
  • Armando Lopes Moreno Junior Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.53660/CONJ-621-717

Resumo

A localização dos principais polos cerâmicos no estado de São Paulo é concentrada em um raio de 100 km da cidade de Campinas-SP, nestas condições questões de ordenamento territorial versam sobre a extração das matérias-primas, envio da produção e principalmente na gestão dos resíduos cerâmicos. Devido ao grande volume de resíduos tornam-se necessárias ações para seu reaproveitamento caso da incorporação em matrizes cimentícias na substituição do cimento Portland. Os resíduos de telhas cerâmicas e isoladores elétricos de porcelana, quando finamente moídos são chamados de fíler cerâmicos e possuem atividade pozolânica. Nessas condições foram produzidas argamassas com matrizes cimentícias com baixo teor de cimento Portland, estes com teor de 70% e 20% de fíler cerâmico e 10% de sílica ativa. As argamassas foram ensaiadas a resistência à compressão simples nas idades de 28, 180 e 365 dias. Os resultados permitem de início o reaproveitamento destes resíduos cerâmicos, como matriz pozolânica em substituição ao cimento Portland, resultando em benefícios econômicos e ambientais e equacionando o potencial problema de ordenamento territorial de toda a cadeia produtiva cerâmica.   

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Publicado

2022-03-02

Como Citar

Campos, M. A., Passos, L., Argollo Ferrão, A. M. de, & Moreno Junior, A. L. (2022). Resíduos dos polos cerâmicos paulistas: problema territorial e alternativa para a produção de matrizes cimentícias. Conjecturas, 22(2), 358–380. https://doi.org/10.53660/CONJ-621-717

Edição

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Artigos