A aplicação da teoria da cegueira deliberada na condenação por tráfico de drogas ilícitas em detrimento do in dubio pro reo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53660/CONJ-2222-2W59

Palavras-chave:

Teoria da cegueira deliberada, Tráfico de drogas, Presunção de inocência, Direito Penal

Resumo

O valor quantitativo dado as condenações, sem observância de provas, e o desrespeito aos princípios do in dubio pro reo, face à presunção de inocência, em casos de ignorância consciente de tráfico de drogas ilícitas, suscita o seguinte problema: caberia aplicação da Teoria da Cegueira Deliberada contra àquele que alega desconhecimento da existência de substâncias ilícitas trazidas consigo? Para chegar a uma resposta, o objetivo geral foi de trazer um entendimento sobre a aplicação dessa teoria nos crimes de narcotráfico. Esse objetivo se desdobrou nos seguintes objetivos específicos: identificar estudos na área; abordar os aspectos contextuais, históricos e conceituais; delinear os aspectos legais que legitimam a presunção de inocência em caso de carência de provas; analisar a evolução dessa teoria no ordenamento jurídico brasileiro. A metodologia adotada foi uma abordagem qualitativa, de natureza básica, com objetivo exploratório, cujo procedimento foi documental e bibliográfico.

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Biografia do Autor

Ana Cláudia Gonçalves da Silva, Faculdades Integradas ASMEC

Bacharel em Direito.

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Publicado

2022-12-22

Como Citar

Costa Ribeiro, M., & Silva, A. C. G. da. (2022). A aplicação da teoria da cegueira deliberada na condenação por tráfico de drogas ilícitas em detrimento do in dubio pro reo. Conjecturas, 22(17), 479–502. https://doi.org/10.53660/CONJ-2222-2W59