A morte e a técnica: um recorte sobre conexões filosóficas entre Giorgio Agamben e Martin Heidegger
DOI:
https://doi.org/10.53660/CONJ-1586-2D03Palavras-chave:
Agamben, Heidegger, Morte, Técnica, Homo SacerResumo
Pretende-se analisar neste texto a relação entre os conceitos de matabilidade e de soberania, presentes na obra “Homo sacer”, de Giorgio Agamben, e, o pensamento de Martin Heidegger sobre o ser-para-morte e a questão da técnica. O ponto de partida do trabalho é a fundamentação de Agamben para o fenômeno político ocidental na relação entre morte e poder. O conceito existencial de morte em Heidegger diferencia o “deixar-de-viver”, Ableben, o encerramento da vida biológica, do “morrer”, Sterben, o assumir autêntico da própria morte enquanto finitude. Esta diferenciação reflete na obra de Agamben através da noção biopolítica de “campo”, entendido como lugar de negação da morte, lugar para tentativa de redução compulsória ao âmbito do “deixar-de-viver”. Agamben atualiza o problema da técnica desenhado por Heidegger ao situar o desenvolvimento da dinâmica entre morte impune e poder soberano num contexto limite de aceleração em que a técnica médico-biológica se aproxima da técnica política. Conclui-se o texto com o estabelecimento de uma hipótese de aproximação e desenvolvimento do pensamento heideggeriano por Giorgio Agamben através de uma ressignificação política para a relação entre morte e técnica.
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